quinta-feira, 8 de março de 2018

Íntimo Feminino e as Calcinhas Menstruais

Primeiramente,

PARABÉNS para nós MULHERES, 

não é mesmo?!



  A realidade é que carregar um "corpo de mulher" não é uma tarefa simples. 

  Fico muito feliz quando vejo novidades disponíveis no mercado que contribuem ao nosso bem estar, que determinam novas possibilidades, geram novas visões de nossos corpos e de nossas vidas. É incrível como tudo que está relacionado a nós, geralmente, está  envolto de tabus e "não poderes", construções que são reproduzidas sem que nem mesmo exista uma reflexão. 


  Com certeza muitas coisas estão mudando (e tenho esperança que cada vez será melhor). E acho ótimo encontrar resenhas de produtos que podem modificar nosso dia-a-dia, inclusive o post de hoje foi pensado ao assistir esse vídeo aqui do canal da Mari Moreno:


  Faz mais de um ano que venho acompanhando a propagação de "novos" produtos  ( aqui no Brasil, porque na gringa parece que algumas coisas já existem faz muito tempo) que prometem substituir o uso de absorventes convencionais descartáveis, como é o caso dos coletores menstruais (caso você queira saber mais, indico o canal Papo de Copinho) que agora estão disponíveis até mesmo em farmácias. 

  Quando falo "novo" na realidade quero dizer que marcas brasileiras com alguma visibilidade estão comercializando esses produtos, e que antes, mesmo que produzidos, talvez não ganhassem tanto destaque. A quantidade de conteúdo acessível sobre tais produtos "alternativos" também tem aumentado e pessoas influentes estão falando a respeito.  
   
  Eu já tinha escutado falar sobre as calcinhas gringas da marca Thinx e tinha me apaixonado pela possibilidade de usar algo do tipo um dia (o caso é que como não é uma marca brasileira, o produto seria beeeem caro - mais do que R$ 100 reais em uma única peça). E depois de ter assistido alguns vídeos no YouTube, - inclusive o da  Bela Gil que mostra a calcinha gringa -  fui procurar essa marca brasileira, a Pantys, para saber se meu sonho poderia ser realidade. 

  É importante dizer que um dos motivos para eu ter procurado métodos alternativos para lidar com a menstruação é ter descoberto a existência da Síndrome do Choque Tóxico que pode ser causada por absorventes internos. Imaginei que além de estragar o planeta (o absorvente descartável demora mais de 100 anos para se decompor), ainda pode gerar infecções, alergias e várias complicações que eu não estava mais afim de aturar.

  O fato é que assim como outros produtos relacionados ao ciclo menstrual, a calcinha menstrual da Pantys é cara (entre R$ 75,00 à R$ 95,00 sem contar o frete), considerando também que diferentemente de um coletor menstrual, você terá que trocar várias vezes ao longo do dia. Mas é uma opção bem interessante já que se pode parcelar o preço em até três vezes sem juros ( se você for super apressada para testar as coisas e tiver pouco dinheiro igual a mim, já ajuda né?!). 


(  E você já fez as contas de quanto gasta por ano comprando absorventes descartáveis? )

   Falando ainda sobre a Calcinha da Pantys, comprei a minha no final da quinta-feira passada e no final de tarde da segunda-feira já havia chegado :)




  Ganhei um saquinho para lavagem de brinde (apenas um mimo para proteger a peça, seu uso é dispensável) e preferi lavar a mão com sabão de coco. Esperava que a calcinha fosse demorar um pouco menos para secar, mas tive que esperar mais de 12 horas. 


  Escolhi o modelo biquíni na cor "nude" (rosa claro, no caso) e achei que o tamanho G ( geralmente uso tamanho 46, tenho 113 cm de quadril) ficou ligeiramente apertado, mas provavelmente o GG ficaria muito folgado, o que não é a intenção.

  Ela é bem confortável, porém num primeiro momento achei que o tule que reveste o modelo dos lados é um pouco áspero. Quanto a beleza, talvez as outras cores sejam mais interessantes, escolhi a rosa claro para saber como ela se comportaria (o forro é preto então de qualquer jeito você não vê o que está acontecendo ali), mas confesso que achei ela bem sem graça.    
  
  Testei minha pantys em casa durante três dias e fiquei com ela por cerca de 4 horas (com um fluxo de moderado a leve), mas sinto que poderia até ter ficado mais um pouco. É sensacional a naturalidade que você sente ao usá-la, por vezes até parecia que eu não estava menstruada. É como um absorvente descartável comum com um toque muito natural, que provoca uma sensação de liberdade e segurança, pois ela estará bem próxima de você. 

  Se eu tivesse um pouco mais de grana, não me importaria de ter várias e trocá-las ao longo do dia. Só retirei a minha quando comecei a me sentir incomodada (aquela sensação de que "já deu " sabe?) e isso porque estava em casa tranquilona. Durante dois dias percebi que ela ficou com uma mancha pequena em um dos lados, e cheguei a conclusão de que o problema não era ela em si (talvez um modelo para fluxo mais intenso ajudasse), mas o modo como eu estava me sentando (toda torta é claro) levava a vazão.

  O toque seco dela foi se perdendo ao longo do uso, mas não me incomodou muito. Para quem está acostumada com absorventes internos, talvez seja um pouco estranha essa sensação, mas para quem usa os externos, acredito ser  uma sensação menos irritante que as proporcionadas pelos convencionais descartáveis. 

  Quando se sai do banheiro vestindo a calcinha menstrual é como se estivéssemos saindo de uma piscina (rs rs rs), mas é umas sensação que logo passa. Ah! Só para constar, nenhum odor é perceptível durante o uso (a não ser que você lave ela e então o cheiro de sangue, assim como o de um machucado, ficará por alguns segundos no ambiente) .

  Confesso que ganhei um coletor menstrual ano passado e até hoje não consigo usá-lo. Sempre fico um pouco preocupada se vou conseguir fazer a higienização correta, se vou demorar muito para conseguir colocar (exige prática) e acabo deixando ele de lado. Nunca dei muita chance de experimentação aos absorventes internos e me incomoda pensar em utilizar um, portanto a possibilidade em ter disponíveis absorventes ecológicos (aqueles de tecido, mas que em nada se parecem com os paninhos da vovó) e calcinhas menstruais me agrada muito (Ufa!).

  Ainda não tive a oportunidade de testar os absorventes ecológicos, mas encontrei esse vídeo aqui no canal Papo de Copinho comparando os dois produtos e achei bem interessante:


  A marca Korui que já é conhecida por seus absorventes ecológicos e coletores menstruais, também pretende lançar calcinhas menstruais (estou no aguardo), além de outras iniciativas como o projeto  Herself  que está em desenvolvimento pelo financiamento coletivo  Catarse

  Nessa história toda, pensei o quão sensacional seria um biquíni/maiô que tivesse a mesma capacidade de absorção que essas calcinhas e encontrei  a marca australiana Modibodi (e vou ficar só na vontade por enquanto, porque esse sim é bem mais caro que tudo). 

  Fico imaginando como teria sido minha relação com os  processos naturais do meu corpo, se quando eu tive minha primeira menstruação aos 10 anos de idade eu já tivesse conhecido as calcinhas menstruais. E fico feliz por ter essa oportunidade mesmo agora aos 23 anos, e ansiosa para que muitas outras possam tê-la também!

Se você ficou curiosa, dá uma conferida nos links abaixo que tem mais conteúdo interessante para ser explorado ;) 

Links:
- A vida de um absorvente descartável 

- Síndrome do Choque Tóxico

- Opiniões diferentes sobre a Pantys

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